![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUow0kgAj_aYah5oWyFibmXVFfIdSqgi6HyT5ywIiD9ZfMRmukhOox10WUZrndCsqTsUsGYNxLOHT8SYMF3hw_QB9155DdQu_EDc0-jCPw6P9ej0EuF439Yhyphenhyphen7oT-U-JDYOdLp92G2RQ/s400/Z1n1ag59.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZseCpiH0trbHV2JR-cp7RSpQq0BkYwbPnVyEKd-7U_-R-kP3tT6EhP9vcl-t1Xf-YBPc6IAWW167CVj_J7zgQhxYPK05DvDr3ijqndWIscDI3B1QCNFQrLmplA5LMocEUKjrxSGhAXw/s400/OgAAADpfexWaxoTd34CLQ23VKHZWQ0uyB9yqWBOqxRVLcw4NWQuanU7tdrQ9wBCWUVtC2FYiQmIkNaAb011VLIaZs0cAm1T1UP0d8vmKK_4qXCRCxcFzHLQaeEqz.jpg)
"Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio."
Carlos Drummond de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário